terça-feira, agosto 29, 2006

Como mandar o “Janelas” à fava! – Quarto Episódio!

Guia de sobrevivência básico - a instalação de programas da forma fácil

Agora que já temos o Ubuntu instalado, é altura de começar a pensar nos próximos passos. Sim, porque não basta instalar o Ubuntu num pc. Mais cedo ou mais tarde vamos querer ligar o nosso leitor de mp3 e ouvir algumas das músicas, ou ligar a máquina fotográfica digital e imprimir as nossas fotos preferidas. E que tal fazer uma cópia de segurança em CD das nossas fotos digitais?. Ou para os mais afoitos, "ripar" um DVD ?

O que queremos dizer é que, para tirar o máximo partido de um computador é necessário instalar programas novos. O problema é que a história da instalação de programas em Linux mostra que esta nem sempre é uma tarefa fácil, em especial porque os programas ou não são entregues completos (com todas as "dependências"), ou porque só funcionam em determinadas versões do kernel (o âmago de qualquer sistema unix/linux), ou ainda porque nos entregam as sources, e é necessário executar procedimentos de compilação (ou seja, a tradução das sources em ficheiros executáveis), o que para um utilizador final normalmente está para lá dos seus conhecimentos.

A instalação de programas no Ubuntu beneficia de um recurso maravilhoso, chamado "Advanced Packaging Tool", ou APT. Esta ferramenta excepcional, desenvolvida originalmente para Debian e seus derivados (onde se inclui o Ubuntu), simplifica o processo de instalação e remoção de software, através da utilização de um repositório central de programas, disponíveis via Internet.

Por exemplo, imagine que queremos instalar o programa "picasa" (gestão de imagens do google). Para a instalação deste programa, são apenas necessários dois passos:

Abrir uma janela terminal e digitar :

sudo -s apt-get install picasa

Será solicitada a password de administração do computador, definida no processo de instalação do Ubuntu, e então, duas coisas podem acontecer:

1. o programa começa a instalar

2. o programa não instala e dá um erro de "não encontrado". Isto porque na consulta aos repositórios disponíveis, não existia nenhum “picasa”. Para resolver esta questão, será necessário adicionar um novo endereço web aos reposítórios, e voltar a invocar o apt-get.

O procedimento é bem simples, e consiste no seguinte:

  1. abrir uma janela de terminal
  1. obter permissões para uma operação de administração, executando :

sudo -s

(escrever a sua password quando solicitado)

  1. editar o ficheiro que contém a lista de repositórios

gedit /etc/apt/sources.list

  1. adicionar ao ficheiro aberto em 3. a seguinte linha, no final :

deb http://dl.google.com/linux/deb/ stable non-free

  1. gravar o ficheiro aberto em 3.
  1. actualizar a listagem de repositórios, executando o seguinte comando :

sudo apt-get update

  1. instalar o picasa, executando o seguinte comando :
sudo apt-get install picasa

Resumindo, para instalar um programa através do repositório Debian, é apenas necessário chamar o comando "apt-get install", que trata de instalar o programa e respectivas dependências, ou bibliotecas adicionais necessárias.

Como já foi explicado, o repositório pode ser incrementado simplesmente pela adição de novas linha ao ficheiro de configuração. E onde podemos encontrar repositórios adicionais? A resposta é bastante evidente.... http://www.google.com :)

E quando o programa que desejamos instalar não existe em repositórios Debian?

  • ".rpm” – Se o programa estiver no conhecido formato RPM (Red Hat Package Manager), será necessário converter o ".rpm" para ".deb", utilizando um software chamado "alien". Este "alien" pode ser instalado através do repositório Debian (“sudo apt-get install alien”) Finalmente, na linha de comando (converter o ficheiro “/home/zemanel/Destkop/pacote.rpm” em “/home/zemanel/Destkop/pacote.deb”) :

sudo alien -i /home/zemanel/Destkop/pacote.rpm

  • ".deb" – dois clicks com o rato resolvem facilmente o problema, ou então :

sudo dpkg -i /home/zemanel/Destkop/pacote.deb”.

Então e se o programa não for fornecido através dos repositórios, ou através de pacotes? E que coisas estranhas são essas Makefiles, Compiladores, Linkers, Bibliotecas, dependencias e afins?

Bem, esse assunto ficará para o próximo episódio, aqui no tecnobugiganga!




segunda-feira, agosto 07, 2006

Linux Fun


Quem foi que disse que Linux é uma coisa chata, para informáticos geeks que não tem sentido de humor?

Era uma vez a mascote do Linux, conhecido como Tux. Este simpático pinguim foi escolhido para ser o símbolo do Kernel Linux numa mailing list pública, onde se discutia qual o símbolo a adoptar (aparecia de tudo, desde paródias ao "Janelas" até a animais míticos). Mas o criador do Linux, Linux Torvalds, resolveu por fim à discussão afirmando o seu gosto por pinguins. E a moda pegou. Mais tarde, Alen Cox foi responsável pela atribuição do nome Tux (Torvalds UniX). Aqui ficam os sites com a evolução do simpático Pinguim Tux :
E obviamente, várias são as brincadeiras que se foram fazendo com o Tux e o Linux. Por exemplo, a IBM, após gastar apenas um bilhãozito de dólares, resolveu gastar uns tostões com uns vídeos com o Tux:

E como a imaginação não tem limites ( nem os tecno-ferengis heheheh ), depois das t-shirts, copos, canecas, casacos, também surgem coisas de borla, bem ao espirito do software livre, como este jogo com o pinguim mais famoso da Internet :

http://tuxracer.sourceforge.net/

O Linux hoje em dia já é um sucesso... embora não tenha a taxa de penetração que o "Janelas" tem em PC's, o mesmo não acontece com servidores. Aliás, uma boa parte dos servidores que alojam páginas na Internet já são Linux (ex: Google). E tudo isto dá imenso trabalho. São necessárias muitas horas e extrema dedicação para colocar todo este software a funcionar. Mas os informáticos também gostam de diversão. Aliás, não gostamos todos?



terça-feira, agosto 01, 2006

Como mandar o “Janelas” à fava! – Terceiro Episódio!

Revisão rápida sobre os conceitos básicos de Linux.

Pois bem, agora que temos o Ubuntu instalado, o que é que fazemos com ele ? Bem, as possibilidades são infinitas. Tal como no Windows, temos um ambiente gráfico elegante e estável, e como bónus, já temos disponível ferramentas indispensáveis, como é o openOffice , que é a alternativa gratuita ao Office da Microsoft. Com ele, é possível abrir e editar documentos Word, Excel, PowerPoint, etc.

No processo de instalação, é solicitada a criação de um utilizador “comum”, que terá permissões para utilizar o software, mas, por exemplo, não poderá instalar programas novos. Este utilizador serve para trabalhar normalmente com as aplicações. No entanto, sempre que for necessário realizar alguma operação mais complexa, o sistema solicitará a password de administração. Isto é especialmente útil para utilizadores mais inexperientes, de modo a que estes não destruam o sistema involuntariamente.

Por omissão, o utilizador “root” (também chamado super-user), vem desactivado. E graças ao comando “sudo”, é perfeitamente possível executar qualquer operação sem que o “root” seja usado.Em termos de utilização do disco rígido, o Ubuntu, à semelhança das várias distribuições que por aí existem, tem a seguinte estrutura :

Como se pode observar, a cor amarela temos as directorias de sistema, que é algo semelhante em Windows a :

  • C:\WINDOWS\
  • C:\Program Files\

E a cor alaranjada termos as directorias onde os utilizadores deverão guardar os seus dados, que é algo semelhante a :

  • C:\Documents and Settings\xaviera\ (Desktop, “My Documents”, etc para o utilizador “xaviera”)
Da mesma forma que no Windows é criada automaticamente uma pasta para cada utilizador, e seus respectivos documentos, também nos sistemas Linux é criada uma pasta para cada utilizador, debaixo de “/home”. Aqui é seguro guardar dados, fazer alterações, uma vez que não irá comprometer nenhum “serviço” (ou programa) existente.

Muito bem. Agora que conhecemos a estrutura de directorias, vamos dar uma “voltinha” com o “terminal”. Já passaram vários anos desde que os sistemas Unix eram grandes máquinas, às quais se acedia por um terminal de texto (daqueles que tinham uma cor verde). No entanto, à semelhança daquilo que acontece com o Windows, ainda é possível utilizar um CLI (Interface da Linha de Comando) para interagir com o utilizador. E para tal, utiliza-se um software chamado “terminal”. Com ele, é possível interagir com a máquina local, ou até mesmo aceder remotamente a outra máquina, utilizando o comando de telnet.

Após executar o terminal (existe um link directo num dos menus), é necessário conhecer os comandos disponíveis. Obviamente existem muitos, e até existem vários interpretadores de comandos (conhecidos como “shell”). Mas para não complicar, vamos apenas falar do standard “Bash”, ou “sh”. Aqui fica um guia rápido de alguns comandos importantes:



Agora só resta fazer uma coisa.. experimentar!!! Vai ver que se vai divertir !

Ah, e já agora, para os mais cépticos que se perguntam “para que raios preciso disso?”, a resposta é simples... precisa para fazer coisas avançadas, que utilizadores comuns não fazem em Windows. Qualquer um pode instalar programas em Windows, e também qualquer um pode usar o repositório de aplicações para instalar em Linux. Mas poucos sabem compilar programas em Windows, também porque quase nunca se oferece o código fonte para Windows...

Já em Linux não é bem assim..... existem toneladas de aplicações que têm o código fonte disponível, e para poder aproveitar essa oportunidade, é necessário mexer minimamente no terminal. Mais a frente voltaremos a este tema, quando instalarmos o KQEMU, um componente do QEMU, que é um emulador de PC gratuito aonde instalaremos uma versão do Windows. Até lá, vá brincando!